Durante a Guerra Civil Portuguesa, a 12 de Novembro de 1832, as freiras de Corpus Christi de Gaia, já imbuídas no espírito liberalista e apoiantes da causa de D. Pedro, tiveram ordem de abandonar o seu convento por parte do governo subordinado ao absolutista D. Miguel, pela perigosidade da sua localização próxima à cidade do Porto onde já há meses estava instalado o cerco.
O seu destino seria o Mosteiro de Vairão, onde não só as monjas eram de outra Ordem, mas também de outro ideal político, sendo apoiantes do rei usurpador.
Como tal, as freiras de Corpus Christi decidiram desobedecer o mandato, primeiramente tentando adiar o seu despejo e depois forçando uma viagem para sul até ao Mosteiro de Grijó, que se encontrava desocupado. Os seus esforços viram-se gorados, sendo assim encaminhadas finalmente para Vairão, a 4 de Janeiro de 1833, onde as vaironenses apoiantes de D. Miguel as esperavam há várias semanas.
Apesar das divergências, as duas comunidades coabitaram pacificamente no Mosteiro de Vairão durante mais de um ano, tendo as freiras de Corpus Christi voltado ao seu convento de Gaia meses depois de terminados os tumultos, já em 1834.
Toda esta história se encontra detalhada no livro “As Últimas Freiras“, de Thomaz Lino d’Assumpção.